Por que Plutão deixou de ser um planeta?

Por que Plutão deixou de ser considerado um planeta?

Em 2006, uma decisão da União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) redefiniu o conceito de “planeta”, rebaixando Plutão para a categoria de “planeta anão”. Essa decisão gerou debates acalorados tanto na comunidade científica quanto no público geral. Mas afinal, por que Plutão deixou de ser considerado um planeta? Este artigo busca esclarecer as razões por trás dessa mudança e suas implicações para a astronomia.

O Contexto Histórico de Plutão

Plutão foi descoberto em 1930 pelo astrônomo norte-americano Clyde Tombaugh e foi imediatamente reconhecido como o nono planeta do Sistema Solar. Por décadas, ele foi ensinado nas escolas e incluído em modelos do sistema solar. No entanto, com o avanço da tecnologia e o aprimoramento dos instrumentos de observação, os cientistas passaram a questionar se Plutão realmente se enquadrava na definição de planeta.

O Que É um Planeta?

A questão central para a reclassificação de Plutão foi a necessidade de definir claramente o que é um planeta. Até 2006, não existia uma definição formal aceita universalmente. Durante a 26ª Assembleia Geral da União Astronômica Internacional, realizada em Praga, foi apresentada uma nova definição, que estabelece três critérios para que um corpo celeste seja considerado um planeta:

Estar em órbita ao redor do Sol: Em primeiro lugar, o corpo deve girar em torno da nossa estrela.

Ter massa suficiente para assumir uma forma aproximadamente esferoidal: Além disso, isso significa que o corpo celeste deve possuir gravidade suficiente para manter uma forma arredondada.

Ter “limpado” sua órbita: Por fim, o corpo deve ser gravitacionalmente dominante em sua região, eliminando ou incorporando outros objetos de tamanho semelhante em sua órbita.

Por Que Plutão Não Cumpre os Critérios?

Embora Plutão atenda aos dois primeiros critérios (estar em órbita ao redor do Sol e ter uma forma arredondada), ele falha no terceiro. Plutão compartilha sua órbita com outros corpos do cinturão de Kuiper, uma região repleta de objetos transnetunianos. Assim, ele não é gravitacionalmente dominante em sua órbita.

A Descoberta de Outros Objetos Semelhantes

Outro fator que influenciou a decisão foi, primeiramente, a descoberta de objetos similares a Plutão, como Éris, Haumea e Makemake, todos localizados no cinturão de Kuiper. Em particular, Éris, sendo ligeiramente maior que Plutão, levantou questões importantes sobre quantos “planetas” o sistema solar deveria incluir. Nesse contexto, a redefinição teve como objetivo evitar uma proliferação descontrolada de novos planetas.

As Implicações da Reclassificação

A decisão de rebaixar Plutão a “planeta anão” teve implicações profundas. Ela destacou a necessidade de precisão nas definições científicas e ajudou a esclarecer a hierarquia de objetos celestes no sistema solar. Além disso, aumentou o interesse do público pela astronomia, com muitos debates e pesquisas sendo impulsionados pela decisão.

Plutão Ainda Importa

Apesar de não ser mais classificado como um planeta, Plutão continua sendo um objeto de grande interesse científico. A missão New Horizons da NASA, que sobrevoou Plutão em 2015, revelou detalhes impressionantes de sua superfície, como geleiras de nitrogênio e montanhas de gelo. Esses dados contribuem para a compreensão da dinâmica do cinturão de Kuiper e da evolução do sistema solar.

A reclassificação de Plutão como planeta anão reflete o avanço do conhecimento científico e a necessidade de redefinir conceitos diante de novas descobertas. Embora não seja mais o nono planeta, Plutão segue fascinando cientistas e entusiastas da astronomia, mostrando que, independentemente de sua classificação, ele ocupa um lugar especial no imaginário humano.

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